Unidade CAL Laranjeiras
Sala Platô
“Nós somos afinal o que sempre fomos, só que agora nus.”
Quando Arthur Miller escreveu As Bruxas de Salém ele buscava um paralelo entre os fatos históricos do século XVII e a histeria coletiva que levou dezenas de mulheres para fogueira e a caça aos comunistas, que se tornou feroz no período conhecido como Macarthismo, onde vários cidadãos americanos e estrangeiros foram acusados de subversão e traição à democracia estadunidense.
A peça é considerada um cânone da dramaturgia mundial e oferece para a turma TEC.Q, sob direção de Marcelo Morato, um rico material de experimentação da interpretação realista sugerida pelo texto.
Na peça, uma comunidade puritana se vê tomada pela suspeita de bruxaria entre seus habitantes, depois que duas meninas caem doentes. Investigações passam a ser feitas, sem muito rigor científico, por exorcistas e juízes que se deixam impressionar por acusações de feitiçaria, engendradas por um grupo de moças que diz ter visto o demônio e seus agentes. Vinganças pessoais orientam essas acusações, e não se pode mais viver em paz naquela comunidade protestante onde qualquer um poderia ser apontado como bruxo e praticante das artes demoníacas.
Nesta guerra contra Satanás e suas bruxas, Miller destaca a ética e a dignidade de personagens que preferem morrer a negociar sua honra e perder seu nome.
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Com a palavra, o diretor
“(...) Desde minha formação como ator, quando tomei contato pela primeira vez com a obra-prima de Arthur Miller, fiquei impressionado com sua técnica primorosa e sua perfeição dramatúrgica. É uma peça que mantém a tensão em seus quatro atos, sem dar trégua aos atores e espectadores. As suspeitas geradas por um grupo de meninas que teriam visto o diabo e seus agentes vão tomando a cena desde o primeiro instante. A rigidez moral, que faz de Salém quase uma distopia, leva aqueles cidadãos à histeria e à desconfiança, que se fundamentam muitas vezes no medo do demônio, infiltrado em suas vidas cotidianas regidas pela religião protestante, e que favorecem vinganças e ambições pessoais. Pecados inconfessáveis de uma sociedade rígida, erguida sobre a obediência severa aos mandamentos cristãos, se manifestam com força, mascarados de puritanismo e temor a Deus. (...)
A escolha deste texto para a turma Tec-Q obedeceu à minha decisão de fortalecer a interpretação desses alunos-atores que se mostraram interessados em incrementar suas potencialidades, atendendo também à sua demanda de atuar numa peça única e não fragmentada. (...)”
Marcelo Morato
Arthur Miller
Marcelo Morato
João Liu
Lay Ribeiro
Nana Pedroza
Fábio Oliveira
Marcelo Morato
Nara Viana
Criação coletiva
Marcelo Morato
João Liu
João Liu
Nana Pedroza
Lay Ribeiro
Nana Pedroza
Pedro Garcêz
Fábio Oliveira
Milton Maciel
Luiz Oliveira